Descobrindo uma poderosa Ferramenta de transformação

     



    Um dia você acorda, observa um bocado de coisas ao seu redor. Percebe que sua casa está repleta de tralhas que usou apenas uma vez, ou até mesmo nunca as utilizou. Então experimenta uma sensação de que possui mais objetos do que necessita. Depois percebe que não são apenas os objetos – trata-se de toda a sua vida. É o primeiro contato com a percepção de que há mais coisas do que você precisa, e que isso ocorre em todos os âmbitos da sua jornada. Pois bem… é um momento “eureka!”. Existe dentro de nós uma parte que sente uma necessidade autêntica de acumular. Em alguns, esse desejo é maior. As circunstâncias podem atenuar ou amplificar essa vontade. Destarte, quando amplia, temos a súbita avidez por consumir, e, quando se atenua, temos o encontro com a essência em puro estado de serenidade.

    Acontece que existem forças exteriores que nos impulsionam ao hábito consumista. Somos bombardeados de propagandas a todo instante. São milhares de informações diárias, muitas subliminares, para fazer com que pensemos que precisamos de tal e tal coisa, pois, se não as obtivermos, seremos “menos felizes”. Então trabalhamos pesado, nos enchemos dessas tralhas que nos fazem sentir melhores (pelo menos por alguns instantes) e então dormimos e acordamos com novos desejos. Nossos? Quase sempre não genuinamente. E aí percebemos que para nos saciar desses desejos, precisamos trabalhar mais, para gerar mais dinheiro, para dar continuidade a roda viciosa insana que nos metemos… com um belo empurrão das grandes publicidades. É uma busca desenfreada por status, por tentativa de pertencimento. Pura ilusão! Caímos feito tolos na mais perfeita armadilha do sistema.

    De forma velada, achamos que estamos no controle da nossa própria situação, sem percebermos que perdemos o controle das nossas próprias decisões. Somos tão racionais, assim pensamos. Mas na prática, a teoria é outra, ou vice e versa. Afinal, a ordem dos fatores não alteram o resultado.

    Diante de toda essa esfera de acontecimentos, comecei a perceber que tinha algo de muito estranho, e também de muito errado. É como se meus olhos estivessem agora abertos, enxergando as grandes ciladas que o sistema foi me colocando. E quando saia de uma, ferido, já estava em outra, prestes a me ferir mais um pouquinho. E como se não bastasse, a gente não se machuca sozinho. Acabamos levando muita gente ao nosso redor – familiares, amigos etc. Essas coisas… e outras mais… começam a martelar sua cabeça, típico daqueles pensamentos que grudam e não nos larga de maneira alguma. Mas o lado bom é que esse é o começo de um reavivamento, se é que em algum momento estivemos realmente 100% vivos habitando uma prisão tão bem disfarçada.

    Então, dado o primeiro passo, o de se perceber aprisionado e sem controle dos próprios atos, observamos com mais clareza algo que estava bem em nossa frente, mas, que parecia invisível. Mas não se sinta culpado, pois o sistema é mestre em nos entreter, até que tão entretidos, perdemos a noção de espaço, de tempo, de sobriedade, de reais necessidades, de desejos que parecem bons mas que nos fazem um grande mal.

    Certo… diante de tanta enrascada, descubro que existe uma ferramenta muito poderosa, capaz de combater todos esses males descritos acima. Na verdade, essa ferramenta é estática e precisa de alguém que a maneje. Então, não é preciso apenas conhecê-la, mas também saber usá-la, para que seus efeitos sejam eficazes de forma plena. Uma ferramenta capaz de nos blindar do consumismo desenfreado, da busca interminável por status, do desejo insano de querer um carro mais bacana que o do vizinho. Uma ferramenta que pode nos alimentar de suficiência com o que é realmente o necessário. E tudo isso sem perder a maestria da felicidade, que não está em objetos e muito menos em glamour de uma sociedade em decadência.

    Eis que vos apresento essa poderosa ferramenta… e chama-se MINIMALISMO.

    O minimalismo não é a busca pelo mínimo, e sim, a busca pelo suficiente. Essa é a palavra-chave: Suficiência. Não há regras quantitativas, não há números que podem traduzi-lo. É subjetivo... e por isso é tão sublime. É uma ferramenta que nos conduz a um novo horizonte, sem confusões entre “necessidades x desejos”, sem busca incessante por algo que nem se pode determinar, sem exageros – para menos ou para mais. E esse é o segredo: Nem menos, nem mais… apenas aquilo que nos basta! Isso é suficiência no estado mais pleno da palavra. Afinal, as coisas que mais nos trazem felicidade geralmente não tem alto preço, não traz status, nem nos coloca em patamares elevados: Estou falando de um delicioso café da manhã com a família reunida, um passeio com a pessoa que se ama, uma tarde de brincadeiras com os filhos. Estou falando de mais tempo para o que é prioridade. O minimalismo oportuniza vivenciarmos o que realmente importa, sem distrações desnecessárias. Nos oportuniza viver com mais leveza e com muito mais clareza daquilo que agrada a própria essência.

    Ser feliz é suficiente!

    E acreditem...

    O suficiente já é o bastante para ser feliz!

    Ahhh… e utilizando essa poderosa ferramenta, seu bolso agradece! Mas esse já é um papo para outro post.


        Jota


    Dica de livro super bacana sobre o tema proposto. O autor é um grande propagador sobre o assunto. Faz um trabalho de grande maestria e com incrível seriedade. Nessa toada, vale muito a pena a leitura indicada. Segue o link da obra:


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