Faça pouco, mas faça bem feito.

 





    Sabe aqueles dias em que acordamos e vamos olhar a nossa agenda e percebemos que ela está repleta de afazeres? Olhamos para um lado, para o outro e, sabe que decisão tomamos? Fazer nenhuma daquelas coisas. E mais… não fazer NADA… nem daquelas coias na qual nos comprometemos, nem coisa alguma que seja. Mas fazer Nada é fazer Nada realmente? Talvez não exista um estado de “fazer Nada”, pois o ócio contemplativo e reflexivo é um fazer. E que fazer, ein!

    Mas voltemos… Enfim… São tantos compromissos que, se eu faço um ou dois, talvez três, sinto como se tivesse feito nenhum. É uma sensação de derrota, de fracasso. Tinha vinte afazeres e sei que em todo final de dia percebo que realizei muito pouco. Então verbalizo a derrota, plena, consistente e diária!

Nesse ciclo vicioso, passam-se os dias, as semanas, os meses e os anos e um fato é consumado: nada se produziu, nada se construiu e... nada se transformou. Meu Deus… vivemos rico do NADA! E “nada” parece tão pouco… mas será que pouco é tão ruim? E chegamos a seguinte conclusão: DEPENDE! Mas depende de que?

    É aí que começa a nossa jornada do “faça pouco, mas faça bem feito”.

    E é aí que entra a “palavrinha mágica”: MINIMALISMO!

    Precisamos utilizar essa preciosa ferramenta para perfilar nossa linha de produção, que deverá ser inversa a linha de produção que nos foi ensinada (empurrada) desde a saída do confortável lar uterino: a linha de produção industrial, construída e massivamente difundida como a correta. Um modelo pré estabelecido, com moldes da revolução maquinal, “anti-óscial” (sei que essa palavra nem existe, mas se enquadra no contexto) – anti porque é contra… contra o pensamento, contra a arte e contra a filosofia pura e essencial. Quiçá, contra a HUMANIDADE. Humanidade no sentido mais “humano” da palavra.

    Agora, deixemos de devaneios filosóficos, de vernáculosidade (hoje estou inspirado em criar palavras – talvez faça um novo dicionário) insana e de delírios pós século XVIII. Vamos ao lado prático da situação. Afinal, do que adianta cuspir problemas, como um dragão lunático cuspindo fogo em uma cidade oprimida, onde o pão e circo é a ordem e o “não pensar” é a lei. Então, caros leitores, vos trago a solução, tão simples como a luz do dia, porém, cheia de complexidades na aplicabilidade verdadeira. Trata-se da mesma ferramenta já citada, não somente nesse texto, mas segundalmente (preciso comentar?), minutalmente, horalmente e diariamente, per tutta la mia vita. E aqui vai um adendo – aos que me conhecem: sinto muito, estou repetitivo, mas não por acaso… apenas sou repetitivo. E aos que ainda não me conhecem, também sinto, e o porque perceberão tão breve possível. A solução é uma ferramente simples, porém, incisiva, como uma faca de dois gumes, penetrante, cortante, capaz de partir, transformar, modificar, extrair o que é podre, deixar o que interessa. Essa ferramente é capaz de expurgar o que não é necessário e trazer à lume o que realmente importa. Com ela você consegue identificar onde precisa estar, o que precisa fazer, o que deve deixar ir embora e o que deve deixar ficar. E é através dessa ferramenta que você pode aplicar uma prática muito simples que pode ajudar não somente na construção de uma agenda diária, como também na execução desse plano. Então chegou a hora de tracejar o conceito minimalista de prioridade, tão singular e aparentemente tão sutil que com ar de sem serventia, na prática nos ensina que pode transformar o curto e o longo prazo de nossos projetos…


    - Faça pouco, mas faça bem feito!


    Ao subtrair do seu dia o que não tem importância, você age como Michelangelo, que, certa vez, ao ser perguntado como produzia sua tão maravilhosa arte, apenas disse:


    “Como faço uma escultura? Simplesmente retiro do bloco de mármore tudo que não é necessário.”

    E o que você está esperando para fazer como Michelangelo?

    RETIRE DA SUA VIDA TUDO QUE NÃO É NECESSÁRIO. DEIXE APENAS O QUE IMPORTA.

    Afinal…

    Menos é MAIS!


    Jota

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