O “direito” de consumir e a busca pela felicidade efêmera!
De forma visceral, em algum momentum, pós-Revolução Industrial, começamos a acreditar que possuímos o direito de consumir. Além dos direitos e garantias fundamentais, assegurados por quase todas (talvez todas) as Constituições do mundo, fomos induzidos a acreditar que temos mais um direito a ser perseguido: O direito de comprar. E achamos que esse direito nos torna mais felizes. Ledo engano. É apenas felicidade efêmera.
Mas o que esperar de uma sociedade que come e arrota “direitos” e caga nos “deveres”?
As desculpas são das mais esfarrapadas:
– Preciso aliviar o estresse de um dia infernal de trabalho;
– Preciso disso e daquilo para ser mais feliz;
– Vivemos num País livre e com abundância de recursos e preciso buscar o meu lugar ao sol.
E se ficássemos aqui enumerando desculpas, passaríamos das 100 folhas.
O fato é que poucas, ou talvez, nenhuma dessas desculpas, deverão medrar, se analisadas de forma mais profunda.
Esquecemos que existe um alto preço a ser pago quando entramos no ciclo de que é “nosso direito” comprar o que quisermos, na hora que quisermos, por quanto quisermos. Seguindo essa esteira de ação, hora mais hora menos a casa vai desmoronar. Enquanto a isso não resta dúvidas.
Então, qual seria a solução plausível para esse vício hediondo?
Algumas pessoas precisam de um tratamento mais severo, algo tipo “tratamento de choque” (exageros à parte), mas outras tantas pessoas precisam apenas construir pequenos hábitos que vão desencadear em hábitos maiores e mais bem instalados e duradouros. O segredo então está em criar bons hábitos de consumo. A questão aqui não é “parar de consumir”, e sim, consumir com consciência. E aqui vão as perguntas clássicas para nos fazermos diante de uma decisão de compra:
- Eu preciso disso?
- Tenho algo em casa que possa servir da mesma maneira que o objeto que estou prestes a comprar?
- Tenho dinheiro para comprar isso ou vou pagar no cartão de crédito e empurrar o débito com a barriga, pagando o mínimo da fatura e criando uma bola de juros imensa que estará sempre prestes a cair sobre mim?
São esses momentos de reflexão que nos fará tomar boas decisões e adquirir assim bons hábitos de consumo, o que nos levará fatalmente a uma vida financeira mais equilibrada, com mais paz e serenidade no dia a dia.
E aqui vai uma outra ótima dica…
Se você não tem certeza se precisa de algo e está prestes a comprar a tal coisa, faça a seguinte experiência: volte para casa e reflita sobre a compra. Então espere passar alguns dias e, se ainda assim, você realmente perceber que necessita daquilo, volte ao local e realize a compra. Utilizando esse precioso método você evitará muitas frustrações e arrependimentos pós-consumo.
Outra ação de grande validade é vasculhar a casa e separar os objetos que estão sem uso. Estes podem possuir algum valor e utilidade para uma outra pessoa. Ou seja, você pode doá-lo ou até mesmo vendê-lo, fazendo assim uma grana que poderá ser utilizada para pagar alguma conta ou ser aplicada em investimentos que trarão mais dinheiro a longo prazo. Ademais, com esse “desapego” você estará deixando a casa com menos tralha, o que acarretará em menos trabalho e menos despesas na hora da limpeza.
Assim fica bastante claro que você não precisa consumir para auto afirmar alguma identidade poderosa ou para passar uma ideia de um super case de sucesso. Consumir por consumir não preencherá o vazio que existe dentro de você. Consumir por consumir não irá destronar os sentimentos ruins que habitam sem coração.
Consumir por consumir não o tornará melhor pelo simples fato de ter mais.
Então experimente viver no direito de não possuir o que não precisa.
Experimente viver no direito de não absorver toda a onda de publicidade tóxica que é despejada em sua cabeça a cada segundo do dia.
Experimente viver no direito de fazer escolhas conscientes, que não sejam motivos de futuros arrependimentos e frustrações.
Enfim… experimente escolher SER MAIS e ter menos.
Experimente viver no direito de ser suficiente com o que é necessário para a sua suficiência.
BY JOTA
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