Nada de novo no mundo... tudo novo em mim!

 




    Hoje eu acordei e olhei pela janela do quarto. Vi que não havia nada de novo, de novo! Coloquei a circunstância em situação. Foi como um raio potente vindo diretamente na cabeça. Por que eu penso tanto? Por que coloco tantas coisas em questão? Seria tão simples simplesmente VIVER! Há os que vivem sobrevivendo, e os que pensam sobre viver.

    Quem você quer ser?

    Na mesa do café da manhã havia de tudo, mas nada me agradava. Me senti como uma criança mimada que ganha tantos brinquedos no natal que nada faz mais sentido. Meus Deus! Me pergunto como posso não sentir gratidão com uma mesa tão farta. Uma boa variedade de pães, queijos de várias espécimes, bolos dos mais cheirosos, frutas com expressões de veludo semelhantes aos incríveis tapetes do Antigo Oriente. São diversos sabores, aromas e todo o resto com mui requinte de felicidade. Mas deve ser pelo fato de que era igual a ontem, igual a todos os dias. Na verdade, parece que nada mais me surpreende. Parece que me acostumei com a fartura, e nem 30mg de fluoxetina me acalma. Mas por que tanta agonia? Não faz sentido, se pensar que eu tenho tudo, até mesmo sobra-me. Talvez seja isto! É que tenho tantas coisas de que não preciso que não consigo mais dar o valor às coisas que tenho e realmente preciso.

    Então tomo uma decisão enérgica - vou aos cômodos da casa, não em tom de passeio, mas de desabafo... e começo a jogar tudo pela janela. Lá se vão tantas coisas conquistadas com o suado dinheiro do meu labor. São porcelanas caras da qual nunca utilizei. Mas elas são tão bonitas, e combinam muito bem com meu jogo de pratos: são 12 pratos para apenas 4 pessoas. Então lá se vão mais coisas voando pela janela, afinal, a conta não bate. E sigo caminhando de forma mais enérgica, tomando decisões que ao mundo lá fora parecem insanas, absurdas - afinal o mundo no qual vivemos está muito acostumado ao excesso. Para a grande massa o significado de sucesso é o de ter cada vez mais posses materiais, ainda que sejam coisas que nunca serão retiradas das gavetas e armários. Esses feitos foram se repetindo ao longo do dia...e aos longo dos dias...! E a casa foi ficando mais vazia. Na verdade, foi ficando mais cheia... mais cheia de espaço, de ordem, de suavidade, de leveza. Na verdade... foi ficando com o necessário!

    O impressionante é que meus pensamentos foram ficando tão organizados quanto a casa. Sem excessos, sem bagunças, com as prioridades emergindo ao alvorecer. Quão magnifico é o poder da suficiência - nem mais, nem menos, apenas o suficiente - esse passou a ser o meu lema de vida.

    E quer saber?

    Hoje tenho menos coisas, porém, menos problemas!

    Hoje tenho menos coisas, porém, mais tempo para os afazeres que me deixam feliz!

    Hoje tenho menos coisas, porém, tenho mais tempo para estar com as pessoas que amo!

    Hoje tenho menos coisas, porém, tenho mais felicidade!

    Hoje tenho mais, tendo menos!


                        By Jota Rêgo









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