Inquietude Pulsante: O que nos move?
Há uma força invisível que nos arrasta para frente, um desassossego que não se cala, uma fome que não se sacia. Somos seres movidos por um impulso inquieto, uma pulsação constante que nos empurra para além do que já conhecemos. Mas de onde vem essa inquietude? É um chamado ou um fardo?
Sêneca, filósofo estoico, diria que a inquietação não vem do mundo externo, mas de dentro de nós. Em Cartas a Lucílio, ele aconselha: "Apressa-te a viver bem e pensa que cada dia é, por si só, uma vida." A inquietude, então, não é um erro a ser corrigido, mas uma bússola a ser interpretada. Se bem direcionada, nos conduz ao aprimoramento; se mal compreendida, nos torna escravos do desejo insaciável.
Ao longo da história, a inquietação foi combustível para grandes transformações. Foi ela que fez navegadores desbravarem oceanos, cientistas desafiarem o impossível e artistas darem forma ao indizível. No entanto, a mesma inquietude que impulsiona pode também consumir, tornando-se angústia quando não encontramos sentido no movimento. O segredo não está em silenciá-la, mas em compreendê-la. O que em nós clama por mudança? O que precisa ser aprimorado? A inquietação, quando guiada pela reflexão, pode ser um motor de evolução.
No mundo moderno, essa inquietude se manifesta de forma ainda mais intensa. Vivemos em um tempo de estímulos incessantes, onde a sensação de urgência e a busca por mais nunca parecem cessar. Mas será que estamos nos movendo na direção certa? O filósofo Pascal dizia que a infelicidade do homem vem de sua incapacidade de ficar em silêncio consigo mesmo. Talvez a inquietude também exija pausa, um espaço para discernir entre o que é apenas ruído e o que realmente importa.
O que nos move, afinal?
O medo de ficar para trás ou a busca pelo que nos faz inteiros?
A resposta talvez não esteja no fim da estrada, mas no movimento em si—na dança entre dúvida e coragem, entre desejo e propósito.
E você, o que faz com sua inquietude?
Que possamos abraçar essa inquietude como parte de nossa essência, transformando-a em um caminho de crescimento e significado. Afinal, é na jornada que descobrimos onde realmente pertencemos.
Com carinho,
Lia Chagas
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