Eu, a PECADORA!

 




Olá, queridos dialogantes! O texto de hoje escrevo com o intuito de transmitir uma honestidade crua e de grande fragilidade sobre a experiência de ser humano. Entre escrita e reescrita dele, busquei alcançar a beleza da expressão de fé que não se esconde atrás de perfeição ou pretensão, mas que passeia por uma outra via, se entregando à vulnerabilidade. Entre pensamentos e reflexões, sinto uma verdade incômoda que me mobiliza e rasga o meu véu, me expondo sem filtros diante do espelho da minha própria alma: sim, sou pecadora! Não apenas no sentido genérico, teológico ou quase abstrato da palavra, mas no mais cru e pessoal possível. Eu sou pecadora. Eu sou aquela que falha, que tropeça, que duvida. Eu sou aquela que tantas vezes se esquece da graça que me sustenta e, no entanto, é por ela continuamente encontrada.

Existe um excelente livro de Brennan Manning chamado O Evangelho Maltrapilho, onde ele escreve sobre a graça como esse escândalo divino que alcança os indignos, os quebrados, os exaustos. É esse o evangelho que me segura quando me vejo à beira do desespero, sufocada pelo peso do meu próprio coração errante. Porque, no fundo, sou essa maltrapilha – vestida de justiça própria esfarrapada, tentando negociar com Deus como se minha obediência pudesse comprar Seu amor… Puro engano... A graça não se vende, não se negocia... Ela apenas se recebe!

Paulo entendeu isso melhor do que ninguém. "Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o pior" (1Tm 1:15). Não "fui", não "era" – sou. No presente. Na carne que ainda luta contra o Espírito, na mente que ainda precisa ser renovada, no coração que, sem vigilância, é inclinado ao engano. Mas esse mesmo Paulo que se declara o pior dos pecadores é também aquele que exalta a superabundante graça de Deus. "Onde abundou o pecado, superabundou a graça" (Rm 5:20).

Essa é a única âncora firme para uma pecadora como eu: a graça que me chama pelo nome, que me vê por inteiro e ainda assim me ama. Que me levanta quando caio, que me lembra que a cruz já pagou TUDO, que a ressurreição garantiu que minha história não termina na derrota.

Ser uma pecadora não é meu fim – é meu começo. Porque é nesse reconhecimento que posso ser preenchida pela graça. Porque é no fracasso que sou encontrada. Porque é na minha miséria que vejo o rosto de Cristo, o Amigo dos pecadores, e me atrevo a chamá-Lo de meu soberano Salvador.

Com carinho,

Lia Chagas



Comentários

Postagens mais visitadas